quarta-feira, 19 de maio de 2010

Metamorfose da Ciência

Ao longo do tempo, os recursos tecnológicos educacionais, assim como o pensamento científico, vem passando por algumas fases distintas.
Com relação as TIC, na sua fase inicial, o professor continua com sua aula tradicional, usando apenas o recurso da Web para reproduzir o que acontecia na sala de aula.
Num segundo momento, além de reproduzir conteúdos, a idéia evolui e o professor passa a usar alguns recursos tecnológicos, principalmente da Web, tais como e-mail, Chat, bate papo online, implementado a comunicação com seus alunos além das aulas.
Chegando a fase atual, podemos perceber um grande avanço em relação as anteriores. O professor passa a ser o mediador e o foco do aprendizado passa a ser apenas o aluno, o qual será o construtor do seu próprio conhecimento a partir de experiências individuais e totalmente interacionistas. O aprendizado deixa de ser um processo limitado a um determinado grupo de alunos e passa a ser uma conseqüência dessa interação entre os mesmos.
Essas mudanças acontecem em conseqüência da Globalização acentuada que por sua vez resulta da complexidade dos processos oriundos do desenvolvimento acelerado e nos remete a Teoria da Complexidade que se reflete em uma metamorfose do pensamento filosófico e científico e redefine a relação entre sujeito e objeto.
Porém, o pensamento científico também passou por mudanças ao longo do tempo.
Essa metamorfose da ciência tem sua origem no séc III aC, onde a visão subjetiva detinha total prevalência e o pensamento e as idéias afetavam as coisas. Destaca-se nessa fase, Aristóteles, Ptolomeu.
A partir do séc XVI houve uma passagem do pensamento aristotélico para o pensamento newtoniano, baseado na objetividade e realismo, valorizando a observação do objeto como fonte genuína de conhecimento.
No inicio do séc XX a subjetividade e objetividade ganham espaço na ciência, apoiados principalmente pelas formulações das Leis das Termodinâmicas, substituindo a versão da Mecânica de Newton pela Mecânica Quântica e Relativista. O sujeito investigador agora tem a mesma importância quanto o objeto de estudo.
Finalmente na segunda metade do séc XX e nos últimos 50 anos a teoria da Projetividade supera todas as demais e nos remete ao fenômeno da complexidade vivida em nossos dias.
A partir de descobertas extraordinárias na ciência biológicas, matemática, física e sobretudo os estudos do Químico Ilya Prigogine, sujeito e objeto se confundem nos processos analíticos, não sendo possível considerar separadamente, mais em uma interação total.
Outros teóricos foram importantíssimos no aprofundamento do conceito da Complexidade, entre eles destacamos Claude Shannon, pelo desenvolvimento da Teoria Matemática da Comunicação, baseada em um novo conceito de informação.
Enfim, levando em consideração o cenário teórico cientifico vivido em nossos dias e pensando nas constantes mudanças que afetam a sociedade globalizada e pautada pelo pensamento complexo, devemos abordar os problemas na pesquisa acadêmica a ser desenvolvida, pois as circunstâncias, as contingências, os acasos, as necessidades, e, sobretudo, as escolhas deveram ter grande importância no objeto do estudo como fonte de inovação e de ordem.
Grande abraço a todos..
Prof Josué Cabral
Material do curso de Pós Graduação PUC Rio/ Maio 2010.

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