quinta-feira, 29 de abril de 2010

O Reino (des)Encantado da Vulgaridade

"A essência da vulgaridade está na falta de sensibilidade."
(John Ruskin)


É triste ver como a cultura popular tem se tornado tão vulgar e tão imunda. É lamentável ter que vigiar o que nossos filhos assistem, com quem conversam no MSN, o que assistem na TV, os filmes que escolhem na locadora, as amizades que selecionam ter, e ainda assim não sentir segurança. Apesar de todo cuidado, ainda falta-nos a certeza de que tudo estará bem.
Onde estão os filmes que fizeram que eu me apaixonasse perdidamente pelo cinema, os livros que nos ensinavam e alimentavam nosso prazer - quase sempre insubstituível - de ter a literatura como companheira, as belas canções que tocavam nossos corações ou transformavam nosso modo de agir, pensar e viver? Para encontrá-los, é preciso paciência, afinco e coragem: o tesouro não está visível e a dificuldade de encontrá-los é uma aventura perigosa.
Conversando com um amigo, que teve a capacidade de me apresentar a letra de uma certa música chamada "Surra de Bunda" (se é que podemos chamar isso de música), tive a certeza de que o reino da vulgaridade cresceu e consolidou-se em nosso meio.
A tal letra fez-me sentir um incompetente: como fazer brilhar a luz de Cristo e fazer prevalecer os princípios familiares em um mundo que prefere olhar para a bunda de uma mulher e desejá-la, como se mulheres fossem objetos descartáveis, ítens colecionáveis ou instrumentos sexuais? O que é mais fácil: convencer um drogado a se tratare ou um viciado em pornografia a abandonar sua conduta?

Que safado, tá gostando!
Tá achando muito bom...
Vendo bunda rebolando e descendo até o chão!
Tá achando muito facil
Com a tequila, tá chapado
Deixa ele experimentar...
A nossa surra de bunda!!!
Bate com a bunda, bate com a bunda!
Bate , bate, bate ! Com a bunda!!!
Bate com bunda, bate com a bunda!
Bate , bate ! Com a bunda!!!

Esta letra é inacreditável! Como nos rebaixamos tanto? Onde foi que nós deixamos cair a nossa moralidade? Será que realmente compreendemos o significado de "liberdade de expressão" ou simplesmente o moldamos conforme a necessidade da ocasião?
O mais triste, porém, é que fomos nós mesmos que construímos o legado de impureza e futilidade que deixaremos para nossos filhos. O fizemos com o rastro deixado pelos nosso comodismo. Nos sentamos com um grande balde de pipoca e nos divertimos com tudo que a TV vomita em nosso colo dia e noite: pura imbecilidade!
A decisão agora é nossa: ou continuamos nesta estrada imunda que não dará em lugar nenhum, ou pegamos a estreita e perigosa contra-mão do sistema.


Texto retirado do site: territoriosete.blogspot.com

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